In Vacum

Lá estava eu, absorta em algum lugar não muito longe quando uma porta se abriu. No fundo eu já sabia do que se tratava, mas a primeira coisa que percebi foi a probabilidade de um pesadelo já que acordei escondendo a boca com uma das mãos. Abruptamente peguei o relógio e observei que tinha meia hora para me arrumar e correr para o trabalho, nada muito anormal. Sentei na cama como se tivesse um peso absurdo nas costas, olhei para os meus chinelos em cima de um tapete encardido e senti vontade de sumir. Mesmo atrasada tentei tomar um banho relaxante, limpar meu corpo de toda a sujeira do final de semana, toda a porquice alheia incrustada no meu ser. Mas estou tão presa aos fatos, às verdades..que faço as coisas e não me apercebo, e então, minutos depois me pergunto irritada aonde coloquei meus brincos ou a chave de casa. Ao menos o tempo estava de acordo com o meu estado de espírito e isso acalentou um pouco o meu eu. Nublado e triste, mas me trouxe uma calma antiga e fez eu me sentir melhor. Tentar sorrir deve ter algum crédito agora. Enquanto isso, continuo tomando o meu velho café e pensando sobre a minha imaturidade, inconsequência e maluquice. Nunca disse que eu era normal, mas as vezes gostaria de ser. Permaneço absorta em mim, tentando me encontrar para nunca mais voltar.

Concluindo...

É incrivelmente absurda a forma como anos depois eu venho a escrever um novo post no blog. Tudo começou com a seguinte percepção - Sushi, é vida. Livro, é vida. Troquei sushi por livro!- A partir daí, comecei a minha busca por outras edições decentes da série A Mediadora, pelo visto já antiga. Mas para uma breve introdução, digo que me dispus a ler a coleção, porque como sempre digo, para mim, a capa é a primeira instigadora da leitura e em segunda mão a sinopse, e eis que gosto da leitura. Um tanto quanto juvenil, lembrando muito os livros da coleção Vagalume - sim, aquela coleção que todos leram quando crianças - porém conseguiu prender minha atenão de forma inocente. Não me recordo da última vez em que li livros nos moldes de Agatha Christie, com fantasmas e/ou desaparecimentos sem explicações. Os livrinhos da Meg Cabot, em se tratando da série A Mediadora, são bacaninhas de ler quando se está enjoado de leituras progressivamente padronizadas na sua biblioteca pessoal. É uma leitura light e rápida , pois o livro tem em torno de 272 páginas, mas não vou desmerecer a autora porque realmente fico na expectativa para saber qual será a próxima história. O terceiro livro, Reunião, está à minha espera na livraria, pois financeiramente acabei tendo que parar de ler e para não ficar inerte acabei lendo A Cabana em seu lugar - livro excelente, por sinal - e eis que quando estou prestes a iniciar Puros, de Julianna Baggot, me lembro, novamente com o sentimento de culpa, de que é contra minhas morais leiturísticas não terminar séries que me dispus a ler. Sim, estou curiosa desde então para continuar, e não somente por este motivo, mas porque o livro é realmente legalzinho. Então, lembrei-me de que na quarta-feira eu havia deixado de comprar sushi por preguiça - pasme - e que eu tinha possibilidades agora de comprar a continuação do livro dois! Aí então, você pode ver o sentido no início do texto porque comecei realmente a buscar outras edições de "Reunião". Foi triste, de fato, porque era o único livro da série em que a capa era totalmente fora do padrão, completamente nada a ver mesmo. Era uma capa tosca, desenhada, que me fazia lembrar da minha infância quando eu descobria livros do Pedro Bandeira ou mesmo aqueles da coleção Vagalume que tinha aos mils na biblioteca do colégio. Fiquei frustrada, porque como eu disse antes o livro era legalzinho e aí eu me recusei a comprar uma nojeira daquelas. 

Bom, agora vem toda a argumentação que me levou a escrever definitivamente esse post. Encontrei, ainda bem, a edição nova do terceiro livro - fantástica, um trabalho lindo a de quem fez, pena que não tenho o livro aqui para nomear a pessoa..- na Catarinense pelo preço de R$ 37,90. Caramba! A leitura em si não vale nada desse preço, vale no máximo R$ 29,00 e por isso fiquei indignada. Por R$ 37,90 eu compraria um livro realmente bom e seria um preço justo. Então, fui pesquisar na Saraiva e vi que somente tinha a primeira versão da capa, aquela tosca da qual falei, mas não sosseguei e acabei encontrando um Vira-Vira por R$ 11,90 do livro três e quatro juntos, mas de brochura e com 400 páginas apesar de a capa ser bonita também. Veja bem, não tenho nada contra livros de brochura - inclusive, tenho alguns na minha biblioteca pessoal - até porque é uma política incentivadora de leitura já que diminui drasticamente o preço de custo proporcionando maiores adeptos, ainda mais agora com essa tecnologia mobile, Ipads e afins. É uma questão muito delicada no fim das contas. A dúvida quase me matou, pois fiquei incerta, devido a minha pouca possibilidade financeira, e confesso que pensei em primeiramente comprar o Vira-Vira já que vinha os dois e o preço era de boa, e depois quem sabe atualizar a minha coleção com os livros originais. Mas essa ideia me incomodou bastante, mesmo podendo pagar o valor do original e querer o provisório só para não parar a leitura, comecei a cogitar o desgosto de continuar lendo o livro só por ser um livro mole. Foi aí que comecei a refletir sobre esses aspectos na hora da compra de um bom livro, ou ruim- na dúvida, durma - e observei claramente que existe um padrão preponderante na hora do comprador analisar a sua compra. Primeiro, a capa sempre é a que chama muita atenção, sendo um fator primordial na análise final do livro. Segundo, um livro sem sinopse não cativa tanto o leitor/comprador pois não se sabe o assunto, sem contar aqueles em que na parte de trás vem apenas comentários de pessoas que leram. Terceiro, os moldes do livro, a fonte e o tipo de papel influenciam absurdamente na vontade de ler e também podem prejudicar a leitura, no caso de uma continuação como livros de séries.

Agora minhas análises. Bem, livros de brochura e de bolso são muito práticos por serem de tamanho menor, geralmente 14x12 ou 18x12. No entanto, em se tratando dos de brochura, a qualidade do papel, da capa e da impressão prejudica na hora de ler, não só pelo fato de tornar muitas vezes a leitura massante, em função das fontes normalmente pequenas, mas também nos cuidados porque são muito frágeis e se desgastam mais rapidamente com o tempo. O que compensa são os preços de sebo basicamente, apesar de que hoje em dia os sebos não só vendem/trocam/aceitam livros velhos ou com a qualidade relativamente boa mas também compram livros para vender por um preço melhor e assim lucrar e ganhar nome, até mesmo mudar a visão de sebo, que é o que já vem ocorrendo bastante - acho isso, aliás, muito positivo, mas mesmo assim eu ainda sou adepta dos sebos aonde os livros cheiram a mofo-. Já os livros de bolso da L&PM, por exemplo, são mais bem tratados e é claro possuem uma política um pouco diferente já que seus livros tem uma capa mais densa, as folhas são com um tipo de papel mais durinho e a fonte é um pouco maior. Por fim, tudo isso para dizer que a qualidade do livro influencia o comprador, o leitor, o amante e/ou colecionador. Assim sendo, decidi gastar mais dinheiro, ainda que a leitura não valha tanto, no original em função da capa ser bem produzida, da textura do livro ser instigante, a fonte e a impressão serem boas, o papel durar mais e ser melhor para manusear, mas ter um livro que se enquadre nas minhas concepções de leitura e do que é bom. Sem contar que na hora de comprar os originais, eu provavelmente não vou ler e aí sim será dinheiro jogado fora. Muito melhor comprar um original e se sentir cativado lendo o livro, mesmo que todo o aspecto externo mude o conceito da leitura em si, do que bloquear sua liberdade de imaginação por detalhes que infelizmente fazem toda a diferença. 

De qualquer forma, eu quero agradecer e parabenizar quem atualiza as edições dos livros constantemente com o pensamento de "melhorar sempre". A propósito, comprar livro é que nem estudar DT, a teoria nem sempre é mais eficiente do que a prática assim como a prática nem sempre é mais eficiente do que a teoria! 

Questões, Vida, Imcompreensão.

Quão vulnerável são os sentimentos nossos?
Em qual dos estágios da vida somos superiores a nós mesmos?
Quando admitimos que nada sabemos?
Quantas vezes o acaso é o melhor dos caminhos?
Em quais casas a felicidade é completa?
Somos o que queremos, o que queríamos?
É essa a vida que desejamos?

Somos tão vulneráveis quanto queremos ser.
Nunca seremos superiores a nós mesmos, até que atinjamos a sabedoria.
Vem com a velhice, conforme o tempo.
Desgasta, entristece.

Eis o grande motivo pelo qual morremos, sabedoria demais.
Tudo precisa acabar um dia, nossos corpos não comportam o tempo.
Admitimos que não sabemos de nada quando o destino fica faceiro.
Brinca com as nossas vidas, faz gato e sapato dos nossos sentimentos.

O destino é a própria vida, a própria existência que se vai embora um dia.
O acaso é o melhor dos caminhos quando não enxergamos a realidade.
É aquele bendito sol que se é tampado com a peneira.

Nenhuma casa tem felicidade completa, o ser humano é insatisfeito.
Não é defeito, é o natural do homem.
Não somos o que queremos, não somos o que queríamos ser.
É incrível a mania de culpar o outrem, o passado, o fracasso.

Engenheiros do Hawaii~Esportes Radicais

"(..)não vou ficar parado, não vou passar batido
se nada faz sentido, há muito que fazer
não vou ficar parado, não vou passar batido
se nada faz sentido, há muito que fazer
não há alternativa, é a única opção
unir otimismo da vontade e o pessimismo da razão
contra toda expectativa, contra qualquer previsão
há um ponto de partida, há um ponto de união:
sentir com inteligência, pensar com emoção
não vou ficar parado, não vou passar batido
se nada faz sentido, há muito que fazer
(..)"

just one word.

Irremediável.

Sobre Mindwalk "Ponto de Mutação" (Direção de Bernt Amadeus Capra).

Marta C. G. Braga disse "É pirante você pensar que uma cadeira é feita de possibilidades.O átomo é uma possibilidade. No entanto, essa cadeira existe..é concreta". Como isso acontece? Sistema é a resposta. Jogo de consequências. Só existe sistema através de interligações. Uma coisa leva a outra. Os fótons são unidades, partículas que ocasionalmente surgem a partir da diferenciação de energia dos elétrons quando excitados. Ou seja, quando um deles é excitado o seu nível de energia aumenta e depois diminui voltando ao seu estado natural. Quando isso acontece uma luz é emitida, e é justamente a frequência diferenciada desses fótons que faz com que exista uma luz azul ou verde, amarela ou laranja. Estamos presentes nessa contínua rede e nem ao menos sabemos. Se não fosse esse sistema, essas interligações, possivelmente nem os fótons e nem muitas outras coisas aconteceriam proporcionando outras tantas. É assim que funciona o mundo. É assim que funciona o Design.

Quando colocamos as pessoas em questionamento sobre a palavra em si, o seu significado, todas diziam mais palavras que pudessem definir aquilo. Certo ou errado, não estamos entrando na questão do que realmente significa Design. O que está em pauta aqui é a maneira como essas palavras se inter-relacionam formando, então, um conceito. O Design possui um sistema que ocasiona o seu conceito. O conceito é a consequência do sistema. Cada relação entre palavras, quando postas em caixas imaginárias, obedecem a um certo processo de classificação. Qual o critério que será utilizado para projetar, por exemplo, uma sala ou um site? Qual o critério que será utilizado para projetar um vídeo? O designer tem que entender como funciona a cabeça do seu cliente, tem que ser um pouco psicólogo, para poder projetar exatamente o que dele é esperado.

Concluindo rapidamente, temos, então, que a idéia de Bernt Amadeus Capra pode ser transferida para qualquer situação da vida, qualquer assunto, simplesmente porque tudo é obra de uma inter-relação. E é claro, não dá para deixar de concordar com Marta C. G. Braga que realmente é pirante estar envolvido em uma situação da qual não fazemos noção de tamanha complexidade.

O que aconteceria se a cadeira não fosse feita de partículas que se inter-relacionam? Dá para imaginar?


Written by Tassyana Bernardino

Just Sex.

"Vejo no espelho o que quero ver. Decido quando e como agir. Poderia eu ter tomado decisão mais sábia do que deixar o tempo me levar? O destino seguir seu rumo, o processo natural acumulado em todas as coisas, em cada pedaço de mim. Refúgio ou liberdade. Eu tenho os dois. Completamente os dois. Nús. Sexo? A real é que não existe esse negócio de amor no sexo, se assim o fosse, não precisaríamos do sexo para materializar o amor. Relacionamentos físicos são por puro prazer sexual. Sexo é um jogo de prazer. Você pode jogar em todos os lados, a hora que quiser. O objetivo é um só: satisfazer os desejos carnais. Vamos. Toque, sinta, toque. Quanto prazer, huh? É esse o segredo, meninas."