Crítica

Vejo muitos artigos críticos a respeito do ensino/aprendizagem em sala de aula que mantém uma posição conservadora, isto é, continuam acreditando que o professor é a entidade máxima dotada do poder absoluto relativo ao conhecimento, que acreditam, segundo Becker¹, na transmissão do conhecimento, chamando o referido posicionamente de Pedagogia Diretiva, que já no próprio nome indica uma lógica. É objetiva, sem rodeios, não espera nada além do que se quer. Becker chama essa "crença" na transmissão do conhecimento de "mito", porém não explica o porquê. Por que "mito"? Por ser um pensamento comum, mesmo inconscientemente, à grande maioria funcional? E que é errônea? Acredito que não se pode falar em teorias e posicionamentos mantendo uma postura extrema, radical. Estamos frente a uma análise mais profunda das práticas pedagógicas em sala de aula, o objetivo disso tudo não é apenas levantar as problemáticas do sistema, mas sim, juntos, na mesma direção, encontrar uma solução para que o ensino se torne cada vez mais compacto.

Outros, baseiam-se no modelo Pedagógico Não-Diretivo, no outro extremo da corda bamba. Por acreditar que devem interferir o mínimo possível, acabam por não causar o efeito que pretendem, pois o que deveria ser motivo de interesse torna-se um motivo de desleixo, despreocupação em massa. Esta é uma postura completamente Apriorista, em que o conhecimento nasce com o ser humano..que já é programado genéticamente, a bagagem hereditária. No entanto, com essa atitude, mais uma vez extremista, frizando portanto, acaba botando tudo a perder porque abstém-se de interferir no processo de aprendizagem do aluno.

Por sua vez, chegam os que agem segundo a Pedagogia Relacional, esta sim neutralizadora, não aponta nem um extremo nem outro, e fazendo jus a o seu contexto teórico, é criadora de um novo posicionamento. Fala-nos a concepção que, por assim dizer, o aluno somente aprenderá alguma coisa de fato se houver construção de um novo conhecimento, partindo do ponto da ação e problematização. Assimilação e Acomodação. Ou seja, o aluno deve questionar a sua ação.

Concluindo, e não menos perceptível, assumo uma postura de combinações. Aluno e professor interagindo. Determinando mutuamente.

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¹ Becker, Fernando. Modelos Pedagógicos e Modelos Epistemológicos.