Sobre o Discurso~

No processo de significação do discurso, pode-se perceber que o imaginário assume um papel relevante no funcionamento da linguagem. É esse imaginário que condiciona os sujeitos em suas discursividades e é como as relações sociais, regido por relações de poder. Assim, a análise do discurso se torna importante, pois atravessa esse imaginário para compreender melhor o que está sendo dito, do mesmo modo como quais as condições de produção; sendo que, essas condições são dadas pela sociedade ideológica. As palavras mudam de sentido de acordo com quem as emprega, então, a formação discursiva se define como aquilo que numa sociedade ideológica pode ou não ser dito e toda palavra é sempre parte de um discurso. Essa visão de sujeito inconsciente é problematizada na área de LA.
A partir disso, pode-se adentrar no aprendizado de uma LE no quesito sobre como a "gramática" é dada. Assim sendo, diz-se que não deve ser uma GR da forma e sim do sentido..em que tudo se torne coerente para o aluno, em que este possa analisar o discurso e tentar captar o que está por trás das palavras já que não não têm um sentido nelas mesmas. Aliado a isso, já que se trata do discurso, está a avaliação do livro didático..que é tão importante quanto, porque deve agir como um "pano de fundo" e não como o guia condutor da aula de LE, ou seja, questiona-se as bases fundadoras das metodologias e abordagens.

No nível da concepção discursiva, deve-se salientar que o texto não determina a leitura e sim o sujeito que determina a mesma pois este mesmo sujeito é participante de uma determinada formação discursiva e é nesse sentido que se diz o leitor ser o ponto de partida da produção de sentido.


Fontes:

  • Análise do Livro Didático- Princípios e Procedimentos- (págs. 42 e 43)- Eni Orlandi
  • O Desejo da Teoria e a Contingência da Prática- Maria José Coracini (Capítulo 9: Discursos Fundadores das Metodologias e Abordagens de Ensino de Língua Estrangeira- Márcia Aparecida Amador Mascia)
  • O Jogo Discursivo Na Aula de Leitura- Língua Materna e Língua Estrangeira: Maria José Coracini (Texto: Leitura- Decodificação, Processo Discursivo..?)
  • O Conflito de Vozes (págs. 21 à 27)- Lynn Mario T. Menezes de Souza

Divagações Subjetivas da Leitura: A Procura de Si (Diálogo Sobre o Sujeito) de Alain Touraine~

A partir do momento em que há uma dessubjetivação do sujeito, temos então uma experiência central..criadora. Nos distanciando de nós mesmos temos a oportunidade de aprender sobre a vida e a partir disso criar muitas outras coisas que talvez substituam esses 'eus' distanciados. Quero dizer, quando você tem um experiência central consequentemente o seu potencial criativo sobre aquilo se espande de maneira absolutamente natural.

Ou, a distância de si para si como sendo um momento em que o 'eu' real do sujeito se desprende do seu corpo, social talvez, quando ele enra em contato com ele próprio. No caso, ocorre um aumento da dessubjetivação do sujeito.

Na realidade, somos o não-sujeito. Socialmente falando há uma constante desindividualização. O sujeito permqanece na esperança de se salvar num mundo em que não existe um 'eu'. Por isso, o sujeito perspassa a noção de fé ou de comprimisso. Ele, na verdade, chega a ser a própria fé ou o compromisso. Não eixste, de fato, um sujeito não-social. O sujeito não deixa de ser uma moral, uma ética. Como sobreviver num mundo sem autonomia?

Ele é vazio dele mesmo porque é composto "apenas" do não-eu. É um objeto social que não faz o que agrada a si próprio porque não tem autonomia.

Se digo que o desejo do sujeito é ser um ator, estou excluindo a necessidade de subjetivismo, porque a sociedade é racional. Agora se digo que o sujeito é um ator social porque quer mudar o seu meio ambiente, então posso dizer que o seu desejo é de ser um ator. O sujeito jamais vai ser pleno se não houver o desejo de ser ator, pois todos querem modificar o seu meio de alguma forma..independentemente dos métodos vindouros. Portanto, podemos dizer que o sujeito é realmente vazio. Para reconhecermo-nos na vida precisamos da capacidade de refletir sobre nós mesmos. É nesse ponto em que podemos romper os limites do sujeito social, destruindo ou não quem nos habita. Ou melhor, quem não nos habita, talvez.
Não desistamos de encontrar o verdadeiro sentido da nossa existência. Talvez seja isso que nos faça sujeito, afinal. Esse equilíbrio, essa distância de nós para nós mesmos.

Nota final: Divagações baseadas em citações colocadas ao fluir do livro.

Ciúmes~

"Ao se relacionar com um ciumento sempre existirá espaço para desconfianças e condenações, por isto, não espere que ele entenda que você se atrasou por causa do trânsito. Em sua mente doentia, sempre funcionando a todo vapor, ele imaginará todas as coisas[..]"

"
Por mais que sua historia seja verdadeira, que não tenha sequer olhado para os lado, se você não for boa com as palavras, estará alimentando ainda mais a desconfiança e o sentimento de vingança deste homem. E um dia ele irá faze-la pagar por isto! Isso acontece porque, ao contrário de lhe dar tranqüilidade e segurança, você sempre estará associada ao que há de pior no ser humano. Sim, o ciumento sempre imagina a parceira como alguém sem caráter, uma traidora em potencial, sempre pronta para brincar com seus sentimentos. Sim, mesmo que ele saiba que nunca fez nada de errado e que diga com aquela pose de psicótico que confia na mulher que tem, na sua paranóia ele acredita que tudo é uma questão de tempo, porque uma hora você vai pular a cerca. É isso mesmo que entendeu: ele tem certeza que será traído! Muitas vezes o mal que eles causam é tão grande, que algumas mulheres passam a compartilhar do mesmo pensamento, achando que não são dignas de confiança. A loucura chega a tal ponto que muitas pensam várias vezes antes de fazer algo, tudo para terem certeza de que não estão "pecando""

"
E quanto mais eles pensam, mais se deixam levar pelo ódio de se acharem enganados. Por isso que quando explodem, liberam de uma vez todas as loucuras que acumularam em suas mentes.Sim, a agressividade é fruto de centenas de pensamentos diários, frutos de uma mente doentia que consegue imagina-la, não apenas transando com outro, mas se divertindo em faze-lo de otário! Todos são agressivos! A diferença é que alguns não partem para a agressão física com medo de perder a parceira. Porém, se perceberem que ela não os deixará nem depois de levar uns sopapos, terão segurança suficiente para abrir a caixa de pancadas. Outra coisa interessante é que antes eles testam suas parceiras com agressões verbais e cenas patéticas de ciúmes."

http://www.revistaandros.com.br/vitima_ciume.html


"De acordo com a psicóloga Ayala Pines, ciúme é 'a reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade.' Provoca o temor da perda e envolve sempre três ou mais pessoas, a pessoa que sente ciúmes - sujeito ativo do ciúme -, a pessoa de quem se sente ciúmes - sujeito passivo do ciúme - e a terceira ou terceiras pessoas que são o motivo dos ciúmes - pivô do ciúme. Segundo a psicóloga clínica Mariagrazia Marini, esse sentimento apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real ou irreal, de se perder o amor da pessoa amada. O ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro e/ou em si próprio e, quando é exagerado, pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão[..] Nesse tipo de paranóia, a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade do parceiro e passa a procurar “evidências” da traição. Nas formas mais exacerbadas, o ciumento passa a exigir do outro coisas que limitam a liberdade deste. Algumas teorias consideram que os casos mais graves podem ser curados através da psicoterapia que passa por um reforço da auto-estima e da valorização da auto-imagem. Outros casos mais leves podem ser tratados através da ajuda do parceiro, estabelecendo-se um diálogo franco e aberto de encontro, com a reflexão sobre o que sentem um pelo outro e sobre tudo o que possa levar a uma melhoria da relação, para que esse aspecto não se torne limitador e perturbador[..] O ciúme está intimamente relacionado à inveja. A diferença é que a inveja não envolve o sentimento de perda presente no ciúme. Mas ambas são um misto de desconforto e raiva e atormentam aquele que cobiça algo que outra pessoa tem. Quanto mais baixa for a auto-estima, mais propensa está a pessoa de sofrer com um dos dois sentimentos.Outra diferença entre ambos reside no fato de o ciúme, quando ultrapassa certo limite, se transforma em patologia, coisa que não acontece com a inveja.Ciúme e inveja desviam o foco de quem os sentem para os cuidados com a própria vida, tão preocupado fica com a vida de outra pessoa. Por outro lado, se enfrentados, podem levar a atitudes positivas como melhorar a aparência, desenvolver novas habilidades e trabalhar a auto-estima.


O ciúme patológico é visto pela psiquiatria como uma espécie de paranóia (distúrbio mental caracterizado por delírios de perseguição e pelo temor imaginário de a pessoa estar sendo vítima de conspiração). Para o ciumento, a fronteira entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna vaga e imprecisa, as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou delirantes.

Quem sente ciúme a esse nível tem a compulsão de verificar constantemente as suas dúvidas, a ponto de se dedicar exclusivamente a invadir a privacidade e tolher a liberdade do parceiro: abre correspondências, bisbilhota o computador, ouve telefonemas, examina bolsos, chega a seguir o parceiro ou contrata alguém para fazê-lo. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula até pelo próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida, até o intensifica.

A pessoa ciumenta apresenta na sua personalidade um traço marcante de timidez e sentimentos de insegurança, problemas que costumam ter raízes na infância ."

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